sábado, 26 de dezembro de 2015

Review: Batman Arkham Knight

Disponível para PC (versão analisada), PlayStation 4 e Xbox One.


Analisar um jogo da franquia Batman Arkham sempre foi algo que tive vontade de fazer, porém, concluí os três títulos anteriores da série e acabei deixando a tarefa de lado todas as vezes. Agora, após fazer orgulhosos 100% em Arkham Knight, o último game da saga, não posso deixar essa tarefa passar em branco novamente.

Não é novidade nenhuma pra vocês o quanto sou fã dessa saga. Comecei com Arkham Asylum e detestei o jogo por conta de seu sistema de combate, na época eu era um “button masher” e não conseguia me adaptar ao sistema de golpes e contragolpes em momentos específicos. Após jogar The Amazing Spider-Man, que utiliza um sistema parecido, só que mais dinâmico, aprendi a gostar desse estilo de combate, lembrei que o Batman era do mesmo jeito e então decidi dar outra chance à franquia Arkham. Joguei Arkham City, adorei, depois joguei o Arkham City Game of The Year Edition, adorei mais ainda, fiz tudo que era possível fazer no mundo do jogo, em seguida tive o prazer de começar a jogar Origins antes do lançamento (um salve para a CFW do PS3), tendo orgasmos nerds com a dublagem brasileira que estava fantástica (principalmente a cena inicial que descreve os oito criminosos principais do game), e por fim voltei ao Asylum e o terminei apenas por desencargo de consciência. Eis que 2015 chegou e com ele Batman Arkham Knight. O jogo pelo qual mais aguardei entre os títulos anunciados para o ano. Durante abril e maio eu calculava quase diariamente se conseguiria comprar um PS4 ou montar um PC gamer até a data de lançamento do jogo, por fim a escolha foi pelo PC (da qual não me arrependo em nada, não voltaria atrás para escolher outra coisa e só agradeço aos amigos que influenciaram nessa decisão), agora com a máquina em mãos era só aguardar pelo lançamento do jogo. 35GB de download depois, lá estava Batman Arkham Knight. O último capítulo da série, o jogo pelo qual aguardei tanto, a experiência que eu tanto queria aproveitar, rodando na minha frente e só esperando eu dar o “New Game”. Problemas de performance à parte, senhores, que experiência maravilhosa. Que jogo. Que obra. Que patamar. Mas isso é discurso de fã, vamos ao que interessa.

O JOGO


Batman Arkham Knight foi produzido pela Rocksteady Studios e lançado pela Warner Bros Games em 23 de junho de 2015 para Xbox One, PlayStation 4 e PC. Foi anunciado como o último jogo da série Arkham, na minha opinião uma decisão sábia, por mais que gostemos de um jogo ou uma franquia e sintamos falta dela quando a mesma se encerra, não vale a pena lançar mais sequências apenas por lançar, elas têm que agregar alguma coisa. E Batman Arkham Knight agrega tudo que vocês podem imaginar. Ao jogar, e principalmente ao concluir o game, vemos que não tem mais para onde crescer, a franquia Arkham atingiu um padrão tão alto que não há mais aonde melhorar, de tão bom que tudo está. Ao meu ver, a melhor maneira de tratar uma obra que está nesse nível é encerrá-la, prevenindo-a de sequências que decresçam seu padrão de qualidade.


O game começa com um curto trecho de jogabilidade em primeira pessoa, seguido da cutscene inicial que introduz o Espantalho como principal vilão do jogo. As cenas posteriores até a chegada do Batman contribuem para jogar o clima do game lá em cima, fazendo o jogador se sentir realmente no meio de uma guerra. Essa é uma característica presente em todos os games da série Arkham, o começo impactante que não te deixa se sentir bem com o ambiente ou tranquilo com a situação, livre de medo simplesmente por ser “o personagem principal”. A gravidade do problema é sentida na pele pelo jogador, o clima é pesado e muitas vezes medonho, numa representação do Batman muito diferente daquelas vistas nos desenhos animados e ainda mais bem feita que a dos filmes do Nolan. Não é à toa que a franquia Arkham é considerada por muitos jogadores e fãs do Morcego como a melhor adaptação fora dos quadrinhos, entre todas que existem.


A ação agora se dá por toda a Nova Gotham City, que é dividida em três ilhas: Bleake Island, Miagani Island e Founder’s Island, cada uma com suas características próprias de arquitetura e ruas. À título de curiosidade, irei explicar as localidades da franquia e por quê eu disse “Nova Gotham City”. Essa Gotham onde Arkham Knight se passa é a Gotham City atual (chamada de “Nova” porque antes havia uma “Velha”), e é a mesma Gotham que vemos de fundo em Arkham Asylum, que se passava exclusivamente no Asilo Arkham, e em Arkham City, que se passava na cidade-prisão homônima, esta que por sua vez foi construída na Ilha Norte da Velha Gotham. A Velha Gotham era composta por duas ilhas, Norte e Sul, porém, em uma certa data, ocorreu uma enchente que inundou toda a velha Gotham, fazendo os habitantes se mudarem para o que veio a ser a Nova Gotham, que é onde Arkham Knight se passa, e que já existia em Asylum e City, mas só era vista ao fundo. Em Arkham Origins, o jogo se passa em toda a Velha Gotham, ilhas Norte e Sul, ANTES da inundação. Nos anos seguintes a Origins e anteriores a Asylum, a enchente ocorre, inunda a Velha Gotham, a população se muda para a Nova, e aí ocorrem os eventos de Arkham Asylum. Após esse jogo, Arkham City é construída na Ilha Norte da Velha Gotham, e posteriormente desativada. Então chegamos a Arkham Knight onde a ação se passa na Nova Gotham, que já existia em Asylum e City mas era apenas vista de fundo. A seguir uma imagem para ilustrar melhor.


Em razão dos planos do Espantalho, Gotham é evacuada logo no início do jogo, restando na cidade apenas os bandidos, a polícia, Batman e seus companheiros. Desse modo, não há “civis” na cidade, então qualquer movimentação que você ver será de conflito entre policias e bandidos ou propriamente de bandidos fazendo algo, como vandalizando locais, discutindo e brigando entre si, fazendo pequenos assaltos, etc. Devido às circunstâncias do jogo, Batman e a Polícia de Gotham estão mais unidos do que nunca, e visitar o DPGC (Departamento de Polícia de Gotham City) será mais do que corriqueiro durante o jogo. Além de contar com a ajuda da Polícia, Batman também possui auxílio externo de Alfred e Oráculo, que estão em suas centrais de computadores respectivamente na Batcaverna e na Torre do Relógio. Eles fazem pesquisas e enviam dados ao Batman a todo momento, ajudando o herói a localizar inimigos e decifrar seus planos. Além desse auxílio à distância, Batman também pode contar com Asa Noturna e Robin, que desobedeceram suas ordens e não saíram da cidade junto com a população. Há várias missões nas quais é possível fazer dupla com os dois na hora da pancadaria contra os inimigos. A Mulher-Gato também têm seu papel no jogo e irá acompanhar Batman nos Desafios do Charada, e o motivo disso vocês precisam jogar para saber. Finalmente, o responsável pelas implementações de melhorias e novas tecnologias no Batmóvel é Lucius Fox, presidente da Wayne Enterprises e fiel amigo de Bruce. Lucius fica na torre da empresa prestando ajuda a Batman nos momentos necessários e, de tempos em tempos, oferece opções de upgrades para serem aplicadas ao carro-tanque do herói.


Antes de falar do Batmóvel, que é a sensação do jogo, preciso complementar a ideia dos aliados do Morcego, então segurem as pontas aí. Desde sempre, Batman nunca esteve sozinho em suas aventuras na franquia Arkham. Em todos os jogos, seus amigos lhe davam uma mão, fosse presencialmente, enchendo os inimigos de porrada, ou à distância, pelo ponto de comunicação que Batman tem no ouvido. Em Arkham Knight, tudo fica ainda melhor, pois Batman agora dispõe de um projetor holográfico no braço que o permite utilizar uma tela e falar cara a cara com seus amigos (e inimigos também, em certos momentos). E se você acha que esses diálogos são aquela coisa Metal Gear meia hora de chatice, está enganado. TODOS, sem exceção, TODOS os diálogos do jogo são muito bem feitos e ÚTEIS. Você nunca vai “dormir” jogando Batman Arkham Knight, assim como jamais dormiu jogando Asylum, City ou Origins, porque o enredo do jogo não está só nas missões principais, mas em TUDO. Nas missões secundárias, nos momentos de comunicação com os outros personagens, nas falas interceptadas dos inimigos que andam pela rua, nos telões dos prédios onde os inimigos por vezes tagarelam alguma coisa, nos NPCs com os quais você aleatoriamente resolve interagir, nos cenários, nas nuances de cada cena, TUDO tem história, tudo agrega e tudo é ÚTIL. Fazer 100% em Batman Arkham Knight, assim como nos demais jogos da série Arkham (porque todos os quatro têm esse padrão de bom aproveitamento de jogo para desenvolver história) não é algo maçante como num jogo comum, desses que você faz a campanha e os objetivos secundários são todos besteiras sem nexo para encher linguiça. Explorar esse jogo a fundo é prazeroso demais, cada esquina é uma descoberta, cada letreiro da cidade conta uma história. O mapa não é tão grande como o de um GTA, mas é bem aproveitado, você tem a sensação de ele ser infinitamente maior do que os mapas dos demais jogos, isso porque não há espaços vazios, todos os lugares tem alguma coisa escondida, e não falo apenas de “objetivos para concluir e somar porcentagem”, mas de segredos mesmo, daqueles que os jogos antigos tinham, gostosos de descobrir. Um mapa médio, mas bem preenchido, tem muito mais valor do que um mapa gigantesco onde cada coisinha está a quilômetros de distância.


Agora sim, o tanque. O Batmóvel já fez uma aparição em Arkham Asylum, mas não era o mesmo que vemos em Arkham Knight. Este novo é totalmente modernizado e preparado para a batalha, e acompanhará Batman ao longo de todo o game. A função normal de “carro” auxilia para se deslocar pela caótica Gotham, já que não há fast travels (e com o tanto de segredos espalhados por ela, fast travel seria mesmo um crime). O veículo possui o chamado “Modo de Combate”, onde suas rodas se deslocam para fora à fim de proporcionar uma movimentação mais livre, além de um kit de metralhadoras e canhões se projetar em sua parte superior, simplesmente arregaçando com qualquer veículo inimigo. O Batmóvel é poderoso, imponente, amedrontador, e mais do que tudo, uma verdadeira máquina de guerra. Diversas serão as missões e tarefas onde a solução será alcançada com o uso do veículo, que pode ser tanto pilotado pelo Batman quanto controlado por controle remoto, já que há momentos que envolvem ambos, homem e máquina, agindo de pontos diferentes. Há também diversos combates longos com o Batmóvel, que envolvem desde simples trocas de tiros até uso de stealh com o carro (!) para surpreender os tanques inimigos (!!) explodindo-os em pedacinhos sem ser notado (!!!).


Mas o Bat-tanque não foi a única inovação tecnológica que Bruce trouxe para a guerra. Sua nova armadura (isso mesmo), o Bat-Traje V8.03, possui muito mais resistência a golpes e tiros do que sua roupa anterior, além de contar com várias tecnologias que auxiliam o herói nos combates. É orgásmico ver que a “máscara” do herói agora é uma espécie de elmo com encaixe automático e montável. Entre todas as adições ao traje novo, a única coisa que não dá para entender é por que diabos não implementaram uma proteção à choque elétrico e um capacete que cobrisse o rosto inteiro para evitar a incapacitação por gás, visto que essas duas coisas eram as únicas duas coisas capazes de derrubar o herói nos jogos anteriores e continuam sendo as únicas duas coisas que o derrubam nesse jogo. Não fica invencível porque não quer.


As missões do jogo agora ficam organizadas em dois menus em formato de roda, que podem ser acessados a qualquer momento do game para que seja selecionado um objetivo para o Batman correr atrás, eliminando a necessidade de caçar os objetivos no mapa e marca-los. Uma dessas rodas de missões se chama Missões Dos Mais Procurados, é ali onde ficam dispostas as missões referentes ao seu progresso no jogo. As missões de campanha, as secundárias, os casos a investigar, os coletáveis a pegar, os reféns a resgatar, os lugares a conquistar, tudo fica disposto nesta roda, e somente as missões que ali estão é que contam para o 100% no progresso do jogo. Já a outra roda chama-se Desafios de Realidade Avançada (RA). Essa é uma roda com missões extras, geralmente realizadas em salas fechadas ou locais abertos com paredes invisíveis, e todas as missões dela consistem em desafios curtos, como corridas com o Batmóvel, hordas de inimigos a vencer, grupos de bandidos a abater sem ser detectado, etc. Esses desafios não contam como porcentagem no progresso do jogo, são apenas atividades extras para fazer, que recompensam o jogador com uma, duas ou três estrelas de acordo com seu desempenho. Tanto a roda Missões Dos Mais Procurados como a roda Desafios de RA possuem um medidor de progresso em seu ponto inferior central, que exibe o quanto de cada uma já foi concluído. E nem todas as missões e tarefas das rodas estão disponíveis inicialmente: para liberar mais missões (ou mais objetivos para as missões atuais) n’Os Mais Procurados é preciso avançar no jogo, enquanto que para desbloquear mais tarefas dos Desafios de RA é preciso concluir alguns requisitos jogando (como saltar a tantos metros com o Batmóvel, executar um combo de tantos hits, etc).


A jogabilidade continua quase a mesma. Batman pode andar, correr, saltar, agachar, andar agachado, socar, chutar, planar, entrar em dutos de ventilação, e utilizar seus equipamentos. Os clássicos permaneceram: o Gel Explosivo para detonar superfícies levemente danificadas, os Batarangues normais e de controle remoto para causar distrações nos inimigos e acertar botões escondidos que destrancam portas, a Bat-Garra para puxar algo (com um upgrade ela pode desarmar inimigos), o Invasor Remoto para hackear senhas de portas, o Anulador para desabilitar à distância as armas dos inimigos, a Arma de Choque para disparar cargas elétricas que servem para inúmeras funcionalidades, o Arpéu para se impulsionar entre prédios e saliências mais altas, e a visão do Modo Detetive para detectar as particularidades de cada ambiente (como inimigos, superfícies quebráveis, dutos de ventilação, pontos de observação, etc). De novidades temos o controle remoto do Batmóvel, e mais que isso não vou contar porque vai tirar a graça de quando vocês forem jogar. Os combates continuam no mesmo esquema de golpes e contragolpes no momento exato, podendo usar a capa para desnortear os inimigos e alguns dos equipamentos com função de disparo rápido para incapacita-los por alguns segundos. Inimigos com escudo e com bastões de choque continuam dando dor de cabeça, e os grandalhões agora deixaram de ser meros touros nervosos e passaram a carregar, por muitas vezes, as mesmas armas dos menores chatinhos (como lâminas, bastões de choque e escudos). Dependendo do local do combate, agora é possível usar o cenário para abater inimigos, como soca-los contra grades, enfiá-los em barris, bater a cabeça deles contra caixas de eletricidade, dentre outras coisas divertidas. Em batalhas em dupla, há momentos em que se pode realizar golpes conjuntos, onde um personagem arremessa o inimigo para o outro, que o finaliza. É possível incapacitar os inimigos silenciosamente nos momentos de stealth, e uma adição de grande valia que o Bat-Traje V8.03 trouxe para essas situações é o Sensor de Medo, que identifica o quanto os inimigos estão assustados com a possível presença do Batman (enquanto ainda não detectaram o herói). Quando esse Sensor de Medo estiver ativo, é possível surpreender um grupo de inimigos, abatendo um a um em sequência, sem precisar usar o golpe silencioso em um por vez, como fazíamos nos jogos anteriores. Uma verdadeira mão na roda em salas com oito, dez inimigos armados. Além de tudo isso há várias outras mudanças e inovações sutis que vou deixar para vocês descobrirem jogando.


A parte sonora do jogo está simplesmente fantástica. É aquela coisa que os jogos modernos têm de “trilha sonora cinematográfica”, mas não dá para tirar o mérito dela por causa disso. Todos os momentos são muito bem “sonorizados”, as músicas aumentam o clima pesado, de tensão e muitas vezes medonho que as situações do jogo apresentam. Os efeitos sonoros também são ótimos, as pancadas são bastante “orgânicas”, os sons da destruição que o Batmóvel causa também são muito bem feitos, o barulho das armas tanto dos inimigos quanto dos veículos quando estralam e atiram é ótimo e muito realista também, a capa do Batman abrindo para ele planar, e principalmente os “clics” que os aparelhos do Batman fazem chegam a soar “crocantes” na boca do jogador. Destaque para o som do arpéu, o disparo dele, o momento em que prende num telhado, e o som da roldana da linha puxando o Batman, aquilo é muito viciante, eu pelo menos zerei o jogo há quase uma semana e continuo fazendo aquele barulhinho com a boca durante o dia.


Os gráficos do jogo são lindíssimos, totalmente nova geração. O nível de detalhes é absurdo, as marcas na pele dos personagens, as manchas e deformações no chão e paredes, e eu preciso falar da MARAVILHA QUE É A ÁGUA DESSE JOGO! A água do mar já é muito bem feita, mas a chuva batendo na capa do Batman e escorrendo é coisa de outro mundo, e melhor ainda são as poças de água nos terraços, aquilo é surrealmente lindo. Os cenários são carregadíssimos de detalhes, e tudo é interativo, vivo, reage quando o personagem encosta ou passa perto. A iluminação é um primor, é difícil achar um jogo escuro com um acabamento de iluminação tão fino quanto este (geralmente jogos claros e “ensolarados” se utilizam melhor da iluminação), destaque para as luzes refletidas nas poças d’água ou na roupa do Batman, deixando tudo mais “vivo”. Os bandidos genéricos possuem uma variedade imensa de modelos de corpo e face, em momento algum da jogatina me senti enfrentando “inimigos repetidos”. E a imagem do game ainda possui um filtro chamado Film Grain, que a deixa com um aspecto mais suave e acrescenta um efeito “óculos 3D” nos contornos das coisas, esse efeito já existe em Dying Light e Mortal Kombat X e na minha opinião embeleza demais o visual geral do jogo.


Infelizmente, é impossível falar dos gráficos do jogo sem esbarrar no assunto que mais gerou polêmica durante seu lançamento: os problemas de performance da versão de PC. Enquanto as versões de consoles rodam suavemente, o port do jogo para computador (que foi feito por uma empresa terceirizada) saiu com diversos problemas, dentre os quais os principais foram: jogo travado a 30 FPS (algo atípico nos títulos lançados para a plataforma e repudiado veemente pelos jogadores da mesma), menu de ajustes gráficos bastante limitado, apresentando apenas as opções básicas de configuração, texturas que chegam a demorar MINUTOS para renderizar (algumas sequer renderizam), e principalmente, as quedas de frames sem motivo algum, especialmente enquanto dirigindo o Batmóvel, onde em PCs mais fracos o game se torna praticamente injogável. No quesito “configuração gráfica”, os jogadores rapidamente descobriram como otimizar melhor seu jogo por meio de um documento de texto contido nos arquivos do game, sendo possível até mesmo liberar os 60 FPS através dali. Mas quanto aos problemas de renderização e quedas de desempenho, só mesmo a própria produtora consertando a programação do jogo para resolver. Logo após ser lançado, o game foi retirado da Steam e, enquanto escrevo este texto, ainda permanece sem data para ser relançado na plataforma. Quem baixou, baixou, e quem não baixou pode facilmente conseguir o jogo por meio de sites de torrent, mas terá que lidar com otimizações por meio de um bloco de notas e quedas de performance inesperadas e frequentes, caso não disponha de uma máquina potente. Aqui em meu computador, consegui rodar o jogo em Full HD com tudo no low, oscilando entre 40 e 60 FPS, porém em vários momentos as quedas incomodavam. Claro que isso não tirou o brilho que a experiência do jogo proporciona, mas um desempenho mais suave certamente teria deixado a jogatina mais prazerosa. E sim, as críticas positivas que teci em relação aos gráficos do jogo foram jogando ele no low, eu nem imagino essa belezinha no Ultra o show que deve ser. Basta aguardar o relançamento e esperar que os desenvolvedores entreguem, desta vez, um resultado decente.


Mas não são uns frame drops que irão tirar nosso sono, ah não! Batman Arkham Knight é um game espetacular, levou a série Arkham a um patamar gigantesco, ultrapassando qualquer limite. Com um visual verdadeiramente nova geração, aspectos sonoros de ponta, uma jogabilidade planejada e excelentemente bem projetada, e um enredo que surra muitos filmes de Hollywood e os deixa estirados no chão, este não é só o melhor jogo de super-herói já feito, mas um dos melhores jogos já feitos com certeza. Antes de começar Arkham Asylum, eu meramente “gostava” do Batman, como gosto de tantos outros super-heróis. Foi a série Arkham que me introduziu ao real universo do Morcego, seus aliados e inimigos, suas curiosidades, seus pormenores, suas nuances. Arkham não é uma série somente para fãs de carteirinha do herói, como os jogos do Homem-Aranha e os jogos de animes são. Arkham é uma franquia de jogos excelente, com títulos de qualidade altíssima e aproveitamento mais do que total do universo e mitologia que abordam. A harmonia entre todos os elementos é sempre um ponto forte em todos os jogos da saga. Visuais, ambientação, trilha sonora, enredo, tudo sempre se encaixa de forma natural e mantém-se assim do começo ao fim do game. Se vocês gostam um pouquinho do Batman, e sabem meramente que ele é um ricaço que combate o crime à noite e que seu inimigo é o Coringa, deem uma chance a essa franquia, ela irá não só lhes fazer conhecer melhor todo o universo do Morcego, como também lhes proporcionará experiências singulares com jogos feitos com respeito e cuidado. E se vocês já são fãs e jogadores, é obrigatório jogar Arkham Knight, a sequencialidade da série é muito bem construída e a maneira como tudo se desenvolve e termina neste game é algo digno de aplausos. E digo mais: não se desencorajem com os 243 coletáveis do Charada. O true ending do jogo, alcançado concluindo a campanha com 100% de progresso, vale o esforço.

THE END

Prós: Visual lindíssimo, efeitos sonoros de primeira, gameplay refinado, experiência de jogo única e um dos 100% mais recompensadores que pude presenciar em games dos últimos anos.
Contras: Problemas de desempenho da versão PC.
Considerações finais: Um encerramento com chave de ouro para uma franquia épica que vai deixar seu legado para sempre na história dos videogames. Arkham Knight não vale a pena apenas ser jogado, mas desfrutado, apreciado, curtido pelo jogador. E sim, não falei nada à respeito do Cavaleiro de Arkham durante o review de propósito. Só lhes digo: Joguem!

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