quarta-feira, 21 de junho de 2017

Os consoles de "meia-geração" não são opções. São substitutos


Salve meu povo! Como vocês estão? Espero que bem! Prometi a vocês que não iria sumir, e aqui estou.

O texto de hoje não representa uma volta do Point às atividades com todo o gás, é mais uma singela contribuição minha para que o blog não fique 100% parado. Ainda me encontro naquela situação de pouca disponibilidade de tempo para alimentar este espaço, porém, arranjei uma folguinha agora no pós-E3 e quis compartilhar uma opinião com vocês.

O material que vos trago hoje foi postado por mim num grupo de Facebook que encontrei ocasionalmente, o qual não mencionarei o nome, mas imaginei se tratar de um espaço amigável onde apreciadores de games poderiam debater construtivamente. Pura inocência minha achar que um lugar assim ia existir logo no Facebook. E bobeira da minha parte querer compartilhar uma opinião num espaço público quando tenho o meu próprio espaço para fazer isso, sem falar que aqui eu tenho o controle da situação e haterzinho não vê seu comentário sequer ser lido até o fim por este que vos fala. Apaguei o texto de lá e o trouxe pro Point, pois sei que aqui o nível de público é mais elevado.

O texto é mais curto do que o meu padrão habitual, e nele eu abordo os efeitos das versões aprimoradas dos consoles de nova geração, PS4 Pro e o vindouro Xbox One X, na indústria gamística. Leiam com calma e depois opinem, considero o posicionamento de vocês muito importante. Gamers pensantes são protagonistas, e não NPCs, nessa indústria que amamos.

Basta clicar para ver o post por completo e vocês terão acesso ao material. Aproveitem.


Muito se têm falado a respeito de o PS4 Pro e o XOneX serem consoles de "nicho", voltados a um público-alvo específico composto por gamers que buscam uma melhor performance em seus jogos. A indústria de consoles vende esse argumento e muitos gamers o compram. Porém, mascarado nessa ideia, existe o fato de que estes consoles são uma necessidade para a indústria. Eles não são apenas um "add-on para a line-up das fabricantes", mas sim os substitutos dos aparelhos lançados como "nova geração" em 2013.

Existe uma corrida pelo hardware na indústria dos games, uma "master race" que afeta toda a indústria, não apenas os PCs. Essa busca pelo "tecnologicamente superior" é constante em todas as áreas da tecnologia, desde os setores relacionados a produtividade, até os nossos queridos games. E mesmo que a sua prioridade seja puramente jogar, em detrimento de gráficos e framerate, saiba que a indústria não pensa assim.

O 4K vem crescendo nos PCs desde 2014. Está longe de ser popular, mas está aos poucos ganhando força. Os vídeo games só alcançaram o Full HD como resolução padrão em 2013 (e ainda assim, não disponível em todos os jogos). Consoles são hardware fechado e "não tunável", e o PS4 e o XOne em seu lançamento estavam longe de serem equipamentos de ponta que fossem ser duradouros. Foram lançados com o mínimo de tecnologia possível para manter 1080p/30FPS. Imaginem esse mesmo hardware em 2019, com 6 anos de estrada (tempo padrão de uma geração de consoles). O 4K estará estabelecido no PC, mas e os vídeo games? Se em 2013 penavam pra manter 1080p/30, estarão rodando o quê em 2019?

Se o abismo entre consoles e PC já era visível na metade da geração do PS3/X360, imaginem como estará ao fim de uma geração que já começou ultrapassada. Aí que entram os modelos "parrudos", chegando de fininho como "alternativas", e iniciando sutilmente o processo de engavetamento dos modelos comuns de XOne e Play 4. A indústria dos vídeo games não pode ficar para trás, ela tem que apresentar tecnologia no mesmo nível da que os PCs oferecem, para não perder espaço para os mesmos.

Por enquanto o Pro e o XOneX são opções, mas muito em breve, o hardware dos modelos básicos será justamente para isso, uma experiência básica, beirando o "satisfatório". Nunca vão jogar na sua cara que a sua versão é ruim, mas vão dizer que você pode jogar a melhor versão (na verdade a versão decente) no console mais forte. E eu nem estou falando de 4K, pois não estou nem aí para 4K e não quero trocar minha tela, o Full HD me basta. Mas mesmo para jogar em Full HD, esse processamento extra, que hoje é "extra", em breve se fará necessário.


E para quem duvida, experimente assistir reviews técnicas dos jogos em suas versões de console. O canal Digital Foundry produz esse tipo de material. Hoje em dia já existem jogos de console que rodam abaixo do Full HD e são esticados para o mesmo. Gambiarras como tela borrada ou resolução dinâmica são adotadas desde o início da geração. 30 FPS se mantém somente em cenas leves, mas basta entrar num combate com mais inimigos em Assassin's Creed, ou num pega de carros em Need For Speed, para sentir os slowdowns. Isso tudo beira o absurdo. Hoje, neste exato momento. Tenho dó do que vamos ter que presenciar daqui a alguns anos. Tomara que GTA 6 não chegue em 720p nos consoles padrões.

7 comentários:

  1. Eu adoraria discordar e rebater com um ponto de vista diferente, mas não é o caso. Essa coisa de mudar de geração mas não assumir a mudança, é tenso! Tem razão.
    Abração Willi!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O marketing da Sony e da Microsoft não é só agressivo, como também muito convincente. Infelizmente, quem é só gamer e não entusiasta de tecnologia acaba acreditando nessas falácias. Depois, sai prejudicado. É um momento realmente bem chato para aqueles que gostariam apenas de sentar e jogar.
      Abraço Ulisses!

      Excluir
  2. Putz Willi, Alfacebook é tenso... faço de tudo pra não discutir nada por lá! Galera só quer causar naquele lugar! huahuahua
    Já tem um tempo que esse negócio de "geração" meio que se perdeu. O Wii U em matéria de lançamento de geração deveria competir com PS4 e XOne, mas foi abandonado. O Switch deveria competir com a próxima geração, mas às vezes eu acho que ele está para o Wii U assim como o PS4 Pro e o XOneX estão para as versões "not enhanced", ou seja, virou uma meia geração que talvez pudesse ser a geração corrente.
    Em matéria de potência saiu recentemente uma declaração que fazer jogos para o PS4 (seja o Pro ou não) é o mesmo que fazer para jogos de 5 anos atrás. E aí eu acredito que a questão não é só gráfica, deve envolver a parte de gerenciamento de recursos dentro do jogo com lance de memória e tudo mais (embora nesse ponto os consoles não estejam mal das pernas).
    Sobre obrigatoriedade, bem, eu tenho que concordar. Com o tempo algumas empresas vão desenvolver mais baseadas nas versões enhanced dos consoles, caso a base instalada seja maior (e eu acredito que um dia será). E depois vão dar um jeito de portar uma versão cagada para as primeiras versões. Mas o mais provável é que eles segurem os jogos para rodarem mais ou menos bem nas versões menos parrudas e depois fazem patches com melhorias mais gráficas do que qualquer outra coisa. Talvez essa disparidade entre consoles e PC esteja limitando um bocado os novos jogos AAA por conta disso. Mas a galera que prefere dispositivo específico de jogos (eu) ao invés de PC dificilmente vai migrar. Tem tanta coisa envolvida aí na questão que é um tanto quanto difícil prever quais serão as medidas tomadas pelas empresas a ponto de forçar todo mundo a "atualizar" o console para a versão mais nova.
    Quanto à geração "nova" ou "meia", bem, eu acho que me expressei no começo. No fim é só nomenclatura, na minha humilde opinão. Já não muda muita coisa mais.
    Enfim, sempre bom questionar esse tipo de coisa sim!
    Valeu!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A Nintendo vive na bolha dela, não está nem aí pro mundo em volta dela. A geração onde os consoles dela se localizam não é relevante. Huahuahua!
      Eu já ouvi mais gente comentando que esse lance de "geração" está se perdendo. Quem proferiu tal concepção é, justamente, o mesmo grupo de pessoas que concorda com essa "master race" de consoles. Você não vê se falar em geração de placa de vídeo ou geração de smartphone. Apenas, qual é o mais poderoso e qual é o mais fraco. Vídeo games sempre funcionaram fora dessa lógica, com os aparelhos aguentando firme durante longos anos. Pelo visto não será mais desse jeito. Minha proposta com esse texto é justamente abrir os olhos das pessoas para isso, porque tem muita gente que veste camisa de empresa e a defende ferrenhamente, "ela é justa, ela nunca ia fazer isso com o consumidor, e tudo será sempre bem otimizado!!", enquanto no mesmo momento a empresa está enrabando este consumidor com um joguete rodando a 720/25 FPS. Eu não desejo um jogo nessa qualidade pra ninguém, seja a pessoa entendedora de hardware ou não. E os consumidores só conseguirão se impôr quando possuírem a informação correta e abolirem a imbecilidade. Estamos aqui para contribuir no processo.
      Valeu Cadu!

      Excluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Eu também não ligo para esses gráficos em 4k para mim basta os meus jogos em hd pois minha tv não tem resolução em full hd mas tá valendo assim mesmo viu rs.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também não sou entusiasta de 4K. Me interessarei por ele quando for acessível em placas mid-end. Enquanto só placa top segurar os games na resolução, eu dispenso.
      Obrigado pela presença!

      Excluir

O Point Games Brasil é um lugar para troca de ideias! Eu dou as minhas por meio dos posts, e você, por meio dos comentários. Sua opinião é muito importante, mas tenha maturidade e responsabilidade para expressá-la. Comentários maldosos, ofensivos ou preconceituosos não serão permitidos, portanto não seja um troll. Faça sua parte para manter a internet um lugar saudável a todos. Promova discussões e debates, critique, elogie, opine! Mas sempre com educação e respeito.