segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Review: Pink Panther in Pink Goes to Hollywood + Histórias da Porta Secreta

Disponível em diferentes versões para Super Nintendo (versão analisada) e Mega Drive.


É estranho como já fiz análises de vários games que conheci de uns anos para cá, enquanto nunca tirei tempo para escrever sobre alguns jogos que me acompanham desde a infância. Um destes que sempre ficou nos últimos lugares da fila para ganhar um review, é o "Pantera Cor-de-Rosa de SNES", como prefiro chamá-lo, pois o nome real do jogo, que está no título deste post, é grande demais e um cu de escrever.

Tenho o jogo desde a infância, foi uma das minhas primeiras fitas de Super Nintendo. Eu adorava o jogo, mas nunca havia conseguido terminar ele. O motivo? Então, contarei depois. Primeiro, entendam como o jogo funciona e depois explicarei minha triste, comovente e dramática história sobre como alguém consegue desligar o videogame de propósito quando chega à fucking fase final secreta indescobrível.

Então. Pink Panther (vou me referir assim para falar sobre o game, e falarei em português quando estiver me referindo à Pantera em si) é um título "releasado" para Super Nintendo e Mega Drive em 1993. As versões são diferentes, tentei jogar a de Mega dias atrás e não consegui, a jogabilidade é horrível. A de SNES é que jogo desde criança e é a qual farei o review aqui.

O JOGO

Pink Panther é um game no estilo "escolher a fase e jogar", tipo um Super Mario 64 2D, só que mais simples. A Pantera foi encolhida, e ela explora uma cozinha, como se fosse a "fase central" do game, e de lá, acessa as demais fases. Eu particularmente adoro essa mecânica, não de escolher a fase num menu, mas de ir descobrindo as fases a partir de uma fase mestra, mesmo sendo um fã assíduo de jogos lineares com sequência de fases definida. Aprendi a gostar desse sistema depois de jogar e terminar o glorioso Mario 64 duas vezes, a segunda com 100%. :D

O que eu acho mais estranho é o enredo do game. Não há um enredo escrito nem nada, é apenas uma historinha contada através de uma pequena cutscene. A Pantera fez uma sacanagem com o famoso letreiro de Hollywood pintando-o de rosa, e então aquele cara bigodudo que sempre persegue ela no desenho aparece e corre atrás dela. Ocorre uma pequena correria nos estúdios da MGM (sim, aquela famosa da intro do rugido do leão no começo dos filmes, acho que é a mesma que produzia o desenho) e então... o jogo começa com a Pantera encolhida na cozinha. LOL. Por se passar em Hollywood e nos estúdios da MGM, imaginei que pela lógica as fases do jogo satirizariam filmes famosos. Mas, com exceção da fase do Frankenstein, não reconheci mais nenhum filme famoso (tem até fase do livro do Robin Hood, vê se pode).

Mas e aí, como funciona o game? Bem, a Pantera é bem dura de controlar, e são os controles do game que serão seus maiores inimigos. Se você só caminhar, beleza. Mas se quiser correr, tá ferrado. Ao segurar o botão de corrida, a Pantera corre muito rápido, mesmo que você só dê um toquezinho no direcional ela já dispara, e por consequência a tela se desloca muito rápido também. Como o game é um título que usa sprites grandes, acho até que é um dos jogos de Super Nintendo com os maiores sprites, você não vê se aproximar dos inimigos, e do nada colide com eles e morre. Eu acho que meu XP como gamer deu uma boa decaída, já que encontro dificuldades nesses games fáceis de hoje em dia, porque naquela época eu jogava esse game todo correndo e quase não perdia vidas. Hoje vou todo estabanado e só morro.

A Pantera pode caminhar, correr, pular, nadar, se abaixar e atacar com um borrifador de ar. Esse borrifador é a principal arma do personagem. É uma espécie de inseticida, que borrifa uma bola de ar rosa para frente. É como um tirinho, porém a bola de ar não vai muito longe, é um tiro de curto alcance. Além do tiro, o personagem podem eliminar os inimigos pulando em cima deles, "arma" clássica dos games clássicos. O nado dela é bem engraçado, ela meio que "dança" para nadar, lembro que quando eu era criança e ia na piscina, tentava nadar que nem ela.

Além disso, há a presença das fichas douradas no game. Estas fichas são coletadas em alguns pontos das fases e podem ser inseridas em pequenos potes, geralmente próximos de sua localização. Ao inserir uma ficha num pote, alguma habilidade ou objeto é concedido à Pantera, como uma corda para acessar locais acima ou abaixo de onde você está na fase, um guarda-chuva para que ela voe até o ponto mais alto do estágio, uma escada, enfim, são vários. Dependendo do momento, seu uso servirá apenas para chegar até uma área da fase de acesso mais difícil, ou então para continuar seu progresso na fase, já que algumas fases possuem seus “finais” em locais só acessíveis com as fichas.

Cada fase do game possui uma temática diferente, coisa clássica nos 8 e 16 bits: fase da floresta, do navio, da cidade, do velho-oeste, da pré-história, e as fases do refrigerador. Cada uma das fases que eu falei agora é acessível através de algum lugar na cozinha. Aí, tem ainda o refrigerador da cozinha, que é uma fase onde lá dentro tem mais três fases! Não funciona como uma segunda fase mestra pra escolher mais fases, pelo contrário. O interior do refrigerador é uma única fase, só que para você subir as prateleiras é necessário passar por fases inusitadas ali dentro mesmo. Você está na parte mais embaixo do refrigerador, chega até um frango assado e entra nele e passa a fase dentro do frango. Aí sai na prateleira de cima, joga um pouco ali, então encontra e passa outra fase para chegar na prateleira mais acima, e assim vai até sair do refrigerador.

A vida da Pantera é representada pelo chapéu que ela usa. Cada fase tem uma temática, e em cada fase o chapéu da Pantera também muda de acordo com a temática da fase. O padrão é a cartola, já na fase da floresta ela usa a toquinha do Robin Hood, por exemplo. Ao ser atingida uma vez, a Pantera fica sem chapéu. Sendo atingida sem chapéu ela morre. Porém, é possível coletar mais chapéus pelas fases, assim fazendo a Pantera suportar mais dano até morrer. Algo legal no game é que quando você morre, a Pantera cai de onde está até o nível mais baixo do cenário, e então ela some e a fase reinicia. Só que enquanto ela cai, você ainda pode controlar ela. Se você está num lugar alto da fase e morre, é até possível ir matando os inimigos abaixo de você com o “cadáver” da Pantera antes da fase recomeçar. Além dos chapéus espalhados pelas fases, você também pode ganhar vidas e mais chapéus através dos bônus stages. São estrelas posicionadas em algum lugar das fases, geralmente só acessível com o uso de alguma ficha. Há uma estrela em cada fase. Elas levam a Pantera para uma rua onde vários objetos e móveis, como pianos, cofres e bigornas ficam caindo, e você deve desviar por um certo tempo. É possível coletar mais chapéus e vidas ali.

O game possui também alguns chefes, que protegem as saídas de certas fases, só abrindo-as ao matá-los. Às vezes esses chefes não estão exatamente em frente à saída, mas sim correndo pela fase, e aí você precisa voltar e procurá-los feito louco, vencê-los e ainda voltar ao fim da fase para passar antes que o tempo acabe.

FIM DO REVIEW

Agora, vou falar sobre algo curioso que aconteceu na minha infância com esse jogo. Pois bem, todos vocês já entenderam que no game você pode escolher a fase que quer jogar, e que você vai passando das fases, volta para a cozinha e escolhe outra fase, e assim por diante. Daí vem a pergunta: “Mas e como que zera esse jogo? Tem um chefe final, você passa todas as fases e dá uma mensagem de Congratulations, ou o que acontece?”. Então, aí que está. Para completar Pink Panther, você tem que passar por uma fase secreta, escondida no jogo, e só então você verá o finalzinho do jogo em sua tela/TV. Mas e como chega nessa bendita fase final secreta? Isso, amigos, é o porrezão do jogo. Teve uma tarde chuvosa quando eu era criança, na qual eu estava jogando Pink Panther, passando as fases tranquilamente (eu pegava, jogava todas as fases e desligava o SNES, não sabia o que tinha que fazer) quando de repente, tô andando pela cozinha do jogo e, um pouco abaixo da bota que leva à fase do velho-oeste, vejo uma porta! Uma porta, tipo as tocas do Jerry no desenho do Tom e Jerry, só que mais alta. Eu sei lá como abri aquilo, nunca tinha visto aquela porta ali antes. Entrei nela, e passei a fase da cozinha! Descobri que a cozinha era na verdade uma outra imensa fase com o mesmo esquema do estágio do refrigerador. Daí, começa outra fase, num castelo mal-assombrado. Joguei um pouco essa fase, e então a mãe me chamou pra ir assistir um filme. Desliguei o SNES. Noutro dia quando voltei a jogar, a portinha havia sumido, e eu não fazia ideia do que havia feito para ela aparecer. Aí eu fiz o diabo: passei todas as fases do game numa certa sequência, e nada da portinha. Anotava as sequências pra nunca repetir, e nada da portinha aparecer. Fiquei sem ver aquela portinha até uns dias atrás, quando joguei o game de novo. Mas enfim, durante todo esse tempo me arrependi de ter desligado o SNES naquele dia, porque eu tentei de todos os jeitos, e nada, nunca mais eu consegui liberar aquela porta que dava pro castelo (que pelo visual eu julgava ser a fase final do game). Eu procurei no Google, no Youtube, mas nada, sem resposta, até porque o jogo é bem pouco conhecido. Achava mais informação do outro jogo da Pantera para PS1 do que sobre esse. E quando achava, eram gameplays curtos das fases já conhecidas ou páginas de códigos, mas nunca a instrução de como liberar a maldita porta.

Eis que jogando Pink Panther de SNES algum tempo atrás, só por diversão mesmo, decidi passar todas as fases novamente. Estava destrenado e meio mal de vidas, então fui pegando os bônus stages das fases para conseguir mais. Peguei os de todas as fases. Ao fim da jogatina... lá estava a bendita porta! Me deu um ataque de susto, eu tinha liberado essa porta de novo! Pensei no que eu fiz desta vez e conclui: São os bônus stages das fases que liberam a fase final! Naquela vez da infância eu provavelmente devia ter coletado todos eles! Aleluia, eu havia conseguido chegar à famigerada fase final do castelo de novo. Mas dessa vez ia passar dela! Com muito esforço, já que é uma fase difícil e chata, finalmente zerei o game, pela primeira e única vez em minha vida! Pra vocês esta parte do texto deve estar sendo só uma história normal num post normal, mas para mim contar isso é muito emocionante, pois aquela porta é emocionante!

Enfim, é isso. Esta é a minha história com esse game, que julgo ser um título bom do Super Nintendo, vale a pena vocês darem uma conferida. Se gostarem e forem jogar de verdade, já sabem como não empacar!

PS: Eu já consegui na infância, de alguma forma, entrar na fase do Frankenstein através daquele cara na janela, mas isso até hoje eu não lembro como fazer. Lembro que esta não foi só uma vez, eu fazia sempre quando criança, mas não consigo chegar na fase do Frankenstein de novo hoje. De qualquer forma não importa, pois dá para liberar a porta sem passar por esta fase.


Review originalmente postada no fórum The Triforce Alliance em 23 de Julho de 2013.

3 comentários:

  1. Olha só quem voltou... quem diria!
    Nunca joguei Pantera Cor de Rosa pra sistema nenhum, mas até fiquei curioso com esse do SNES. Problema é que eu tenho uma cacetada de jogos de SNES pra conhecer antes dele... kkk
    Gosto do esquema de "vida" como deste jogo, me lembra Psycho Fox do Master System. Só que sem poder jogar o corvo (ou sei lá que diacho é aquele bicho) nos inimigos. O corvo seria o chapéu, caso vc não tenha jogado.
    O que mata é esse treco de botão de correr desenfreadamente. Baixou o Sonic na Pantera? kkkk
    E é verdade que a gente perde habilidade com os anos, mas a gente ganha sabedoria e passa as fases mais de forma pensativa do que igual a um insano sem estratégia nenhuma... infância era complicada! rs
    Agora a cereja do bolo do seu post foi essa história com final feliz de encontrar o raio da portinha com as fases pra terminar o jogo! Caraca, quantos anos se passaram... e de repente vc se surpreende com algo que jogou a infância toda, só que com idade mais avançada. Isso é muito bom, é uma sensação que não tem descrição.
    Muito bom o post, vê se não desaparece de novo... vou ler os outros com calma, tô bem atrasado aqui! kkk

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  2. Valeu, boa leitura, kkkkkk! Vou seguir em marcha lenta, mas não quero sumir de novo!

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  3. São coisas assim que tornam jogos memoraveis na nossa infãncia e que nos fazem lembrar de como foi especial pra nos.

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